Eu sou a natureza, a terra fértil e floresço todos os meses. Choro como as águas do mar, me transformo em vento e viajo pelos quatro cantos do meu interior, quando estou afim de me sentir livre. Em que momento parei de apreciar as coisas simples?Como o canto de toda manhã dos passarinhos que vão até minha janela ou a beleza das plantinhas do quintal lá de casa ,que cuido com tanto amor... Na minha infância,eu era sensível a tudo tinha um pé aqui e o outro no mundo dos encantados(como eu gostava de chamar). Costumava deitar no chão e dar forma as nuvens de vez em sempre ouvia passos,vozes de ninguém. Era divertido viajar entre dois mundos, ver coisas que ninguém mais via. Meus pais achavam incrível! Diziam que eu ia longe com tanta imaginação. Conforme fui crescendo aprendi que todo esse mundo mágico não era divino e precisava desaparecer.Que na verdade, nós somos superiores que a natureza ela foi feita para nos servir,eles diziam . Eu moça de tudo e em plena minha fase de absorção, acreditei . E tive pavor de tudo e de todos os meus antigos amigos encantados.Mas algo curioso aconteceu,mesmo assim eles não foram embora! A solução apresentada era pedir para o divino fazer desaparecer e eu?Mais uma vez obedeci.Quando o sol ia embora dobrava meus joelhos e suplicava para ser “normal”. Todas as noites chorava com medo do desconhecido ,de um momento para o outro os anjos que eu tanto amava se transformaram em demônios terríveis e amaldiçoados. Meu coração cansado de tanta dor,trancou a sete chaves a sensibilidade ao mundo dos encantados.E tudo estava resolvido ou melhor quase... Passei por diversas estações com um vazio no peito,a saudade de algo que não conseguia me lembrar,mas eu sabia que estava ali...era como se eu não me reconhecesse. O mundo que construíram e me colocaram no centro,não fazia mais sentido e aos poucos fui vendo o quão podre ele era.Nesse momento tudo começou a desmoronar. O desespero tomou conta de mim e me lembro de correr por caminhos que nem sabia que existiam. A dona das cachoeiras lavou a minha alma e todos os dias até aqui construí e desconstrui muitas, muitas coisas. Finalmente entendi tudo o que tinha acontecido, aqueles amigos encantados, na verdade,era a natureza na sua forma mais pura.Aqueles que diziam que tudo o que eu vivia não era divino,são pessoas pobres que não conseguem enxergar além. Hoje sou profundamente grata por voltar a acreditar no primeiro parágrafo desse texto,o simples que eu estava sentindo falta era apenas o pedacinho de mim,que havia adormecido.
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Priscila EdiaraOlá seja muito bem vindo,hmm o que posso dizer sobre mim...?Tenho 22 anos,sou involuntariamente do contra e o blog é a morada dos meus sonhos e loucuras.Abrir o coração e compartilhar meus sentimentos com vocês,tem sido uma experiência incrível. Já se inscreveu?@priscilaediaraArquivos
August 2023
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